domingo, 24 de julho de 2011

Sopro de primavera - versão de Joh

Combinação de Primavera nos dentes (Secos e Molhados) com Breathe(Pink Floyd).
São recitados trechos do poema Monólogo de uma sombra de Augusto dos Anjos.
Joh preencheu o silêncio da banda e botou pra "fuder" nesta versão.Perdão pela má palavra,mas a ideia é o que importa e essa é a ideia.

Primavera nos Dentes
Secos e Molhados

Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa a contramola que resiste

Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestades decepado
Entre os dentes segura a primavera

Breathe
Pink Floyd

Breathe, breathe in the air.
Don't be afraid to care.
Leave but don't leave me.
Look around and choose your own ground.
For long you live and high you fly
And smiles you'll give and tears you'll cry
And all you touch and all you see
Is all your life will ever be.
Run, rabbit, run.
Dig that hole, forget the sun,
And when at last the work is done
Don't sit down it's time to dig another one.
For long you live and high you fly
But only if you ride the tide
And balance on the biggest wave
You race towards an early grave.(How early is this?)

Monólogo de uma Sombra (fragmento)
Augusto dos Anjos

(...)  Aí vem sujo, a coçar chagas plebéias,
Trazendo no deserto das idéias
O desespero endêmico do inferno,
Com a cara hirta, tatuada de fuligens
Esse mineiro doido das origens,
Que se chama o Filósofo Moderno! 


Quis compreender, quebrando estéreis normas,
A vida fenomênica das Formas,
Que, iguais a fogos passageiros, luzem...
E apenas encontrou na idéia gasta,
O horror dessa mecânica nefasta,
A que todas as cousas se reduzem! (...)


E foi então para isto que esse doudo
Estragou o vibrátil plasma todo,
À guisa de um faquir, pelos cenóbios?! ...
Num suicídio graduado, consumir-se,
E após tantas vigílias, reduzir-se
A herança miserável de micróbios! 


Estoutro agora é o sátiro peralta
Que o sensualismo sodomista exalta,
Nutrindo sua infâmia a leite e a trigo.
Como que, em suas células vilíssimas,
Há estratificações requintadíssimas
De uma animalidade sem castigo. 


Brancas bacantes bêbedas o beijam.
Suas artérias hírcicas latejam,
Sentindo o odor das carnações abstêmias,
E à noite, vai gozar, ébrio de vício,
No sombrio bazar do meretrício,
O cuspo afrodisíaco das fêmeas. (How sweet is that?)


Breathe (reprise)
Pink Floyd

 Home, home again.
I like to be here when I can.
When I come home cold and tired
It's good to warm my bones beside the fire.
Far away across the field
The tolling of the iron bell
Calls the faithful to their knees
To hear the softly spoken magic spells.

 

Retinas do caos

Letra: Juljan Música: Na Cabeça do Tempo
Ensaio do dia 23 de julho de 2011.
Dia triste para a música universal:Amy Whinehouse se foi.
Agora,a morte vai te perdoar,Amy.

Retinas do caos


Um monstro de luxúria e medo
Acende um cigarro
queimando as retinas do caos
Com seus olhos injetados
fixos na pintura móvel
Descreve um arco de energia
que redime nossas almas
Um dia
o ódio
irá nos salvar
e completaremos a metamorfose
que por séculos nos faz rastejar
um dia a morte irá nos perdoar
Vamos esquecer
que já passamos do fim
e você sente orgulho do que vê
Vamos esquecer que pensam por nós
e você sente orgulho do que se tornou

O monstro percebe
a doutrina feroz
a cerrar-lhe os olhos
que o obriga a viver
implorando demência
não devemos acreditar
em tudo o que está escrito
e eu não preciso
entender
o que você diz

(And you feel so proud of yourself...)